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Eleições de outubro são as mais importantes desde 1985, avalia Maílson da Nóbrega

Na FIESC, economista disse que neste momento as pesquisas de opinião não são relevantes e as redes sociais terão menos peso que nas eleições dos Estados Unidos ou no Brexit, Viviane Senna defendeu a educação como passaporte para mudar o País

Veja a cobertura fotográfica da Jornada no Flickr da FIESC

Florianópolis, 28.6.2018
– “As eleições de outubro são as mais importantes da história desde 1985”, declarou o economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, durante a Jornada Inovação e Competitividade, promovida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quinta-feira (28), em Florianópolis. Ele disse que é provável a eleição de um candidato de centro, disposto a implementar a agenda de reformas e que neste momento as pesquisas de opinião não são relevantes. Segundo ele, as redes sociais terão menos peso que nas eleições dos Estados Unidos ou no Brexit e que o tempo de rádio e TV vai influenciar mais o eleitor brasileiro, por ainda ter maior penetração que a internet no Brasil. Só 30% dos eleitores já decidiram seu candidato à presidência, mostram as pesquisas espontâneas. Por isso os resultados neste momento ainda não são relevantes, informou.


Na opinião dele, o próximo presidente da República terá o desafio de fazer as reformas da previdência e tributária, criar uma agenda para a produtividade e liderar uma agenda de infraestrutura, com investimentos em rodovias e ferrovias. “Sem a reforma da previdência o País caminha para o colapso fiscal e para uma trajetória de inflação sem controle. A reforma tributária vai eliminar o caos do sistema brasileiro, que é fator de ineficiência”, declarou.  

Nóbrega chamou a atenção para a agenda da produtividade, a qual ele considera o principal elemento de geração de riqueza dos últimos três séculos. “A produtividade gera a capacidade de um País crescer de forma permanente”, explicou. Em relação à infraestrutura, o economista disse que o País sabe o que precisa ser feito. “A grande prioridade é a duplicação de rodovias e a ampliação do transporte ferroviário. Nenhum País continental tem uma participação tão pequena de ferrovias. E tem dinheiro para isso, apetite e projeto. É uma questão de liderança”, declarou, lembrando que a educação é outro fator que precisa ser olhado para melhorar a qualidade da força de trabalho.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, reforçou que a educação é fundamental para a melhoria da competitividade e para preparar as crianças, os jovens e os trabalhadores para as exigências do mundo do trabalho do século 21, com foco na sua formação plena. “Diante das perspectivas futuras, em que, segundo o Fórum Econômico Mundial de 2016, 65% das crianças de hoje vão trabalhar em empregos que ainda não existem e 30% dos empregos atuais não existiam há dez anos, as novas formas de produção e trabalho exigirão profissionais com características diferentes das atuais e, por conseguinte, exigirão um ensino de melhor qualidade”, afirmou, lembrando que é preciso de uma educação integral, temática deste ano do Movimento SC pela Educação.

Ele salientou que a causa da educação é nobre e precisa ser prioridade. “Somam-se à educação outros sete fatores considerados estruturantes para o desenvolvimento catarinense. Por esse motivo destaco também o projeto Carta da Indústria, que congrega os principais desafios dos setores e regiões para nosso Estado”, disse. Neste novo cenário de retomada econômica, as expectativas são refeitas e as esperanças renovadas, de modo que as eleições surgem como o momento propício para a definição de novas agendas que vão ao encontro das necessidades da sociedade.   

A presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, afirmou que sozinha a educação explica mais de 40% da desigualdade brasileira. “Precisamos desenvolver pessoas e o que desenvolve pessoas é a educação. É um passaporte que muda um País de enésimo mundo para o primeiro mundo. Precisamos fazer isso em larga escala”, declarou.

Ela apresentou dados que revelam que o sistema de educação básica do País (que vai do primeiro ano ao final do ensino médio) tem cerca de 50 milhões de alunos. “Quase 90% deles estão no ensino público. De cada 10 crianças que entram no primeiro ano, apenas cinco chegam ao final do ensino básico. Essa metade sobrevivente que chega ao final, não chega bem preparada. É como se tivéssemos um sistema que atende em larga escala, mas, como não tem qualidade, os alunos que saem preparados, de fato, são uma pequena parcela da população. Isso é muito grave”, alertou. Viviane informou que o custo das repetências no Brasil é de R$ 11 bilhões por ano. Além disso, cada brasileiro que sai despreparado da escola terá dificuldade de trabalhar e produzir e tem o custo social. “É grave ter um sistema de educação que produz em larga escala pessoas despreparadas”, concluiu.

O diretor de políticas e estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, observou que, com a Indústria 4.0, em nível mundial o conhecimento e a inovação serão os motores da economia. Outras tendências também são destaque. Entre elas, destacam-se as mudanças climáticas e a economia de baixo carbono, o menor crescimento do comércio internacional, além de rearranjos na geografia da produção, crescimento dos países emergentes, especialmente na Ásia. No caso do Brasil, as mudanças apontam para a emergência de um novo ciclo de reformas econômicas e institucionais, transição demográfica acelerada, pressão para ir além do mercado doméstico, reconfiguração espacial da atividade econômica e crescimento das cidades médias.

Ele também apresentou os principais pontos do Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que mostra os desafios que o Brasil precisa enfrentar para superar a pior crise da história, a concorrência global e voltar a crescer de forma sustentada. A publicação foi elaborada pela CNI com a participação de líderes empresariais. É uma agenda para o Brasil, pois visa à construção, nos próximos quatro anos, de uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. “Esses desafios são múltiplos e profundos. Temos problemas do século 20, que ainda não enfrentamos. E a agenda do século 21 é da educação, da inovação, da produtividade, que precisamos colocar no debate público no Brasil”, resumiu.

A Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense é uma realização da FIESC com patrocínio de SESI, SENAI, PREVISC, CrediFIESC e BRDE e com o apoio institucional da Associação Catarinense de Imprensa. O evento terá suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) inventariadas, utilizando a metodologia GHG Protocol, e compensadas por meio de restauro florestal de Mata Atlântica. É uma iniciativa do Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense da FIESC.

Ordem do Mérito Industrial – Nesta sexta-feira, dia 29, a FIESC realiza a outorga da Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina. Serão reconhecidos os industriais Emir Luiz Bressan (Usipe Fundidos e Usinados, de Içara), Gilberto Luiz Zanette (Indústria Santa Luzia, de Braço do Norte), Irani Pamplona Peters (Pamplona Alimentos, de Rio do Sul), Miguel Abuhab (Neogrid, de Joinville), além do presidente do Conselho Nacional de Educação, Eduardo Deschamps. Instituída pela Federação, a comenda é o mais alto reconhecimento da indústria do Estado. A cerimônia é exclusiva para convidados.

 

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