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Serra catarinense define prioridades para o fortalecimento da indústria

Durante encontro na noite desta quinta-feira (15), representantes da FIESC e lideranças de Lages e região definiram os fatores estruturantes que vão compor a Agenda de Desenvolvimento da Indústria Regional

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Lages, 15.9.2016 – O fortalecimento e a elevação da competitividade da indústria da Serra catarinense no médio e longo prazos passam por sete fatores estruturantes: capital humano, infraestrutura, inovação e empreendedorismo, internacionalização, investimento e política pública, mercado e saúde e segurança. Eles foram definidos pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) em conjunto com lideranças da região e compõem a Agenda de Desenvolvimento da Indústria Regional, lançada em Lages na noite desta quinta-feira (15). A iniciativa tem o objetivo de construir agenda única com os principais pleitos e demandas do setor, priorizados em cada uma das seis mesorregiões catarinenses.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembra que Santa Catarina tem o parque industrial mais diversificado do País e, mesmo em períodos difíceis, tem se mantido forte e atuante. Em 2016 o Estado é o segundo em geração de empregos industriais no Brasil e apresenta a menor taxa de desemprego. “Os resultados obtidos derivam da força da indústria em todas as regiões do Estado”, afirma Côrte. “O comportamento observado em Santa Catarina em períodos desafiadores, como o atual, comprova que podemos ir mais longe e evoluir ainda mais. É necessário agir, sob óticas distintas, pois as potencialidades e necessidades regionais são específicas, mas com uma mesma visão de futuro”, acrescenta. “O desenvolvimento de Santa Catarina como um todo passa pelo fortalecimento das regiões”, completa.

“Com a agenda tornaremos real a visão do futuro que almejamos e merecemos. O desenvolvimento do Estado depende do engajamento dos agentes locais em uma agenda compartilhada”, afirmou o vice-presidente da FIESC para a Serra, Israel José Marcon.

Com a agenda regional, a FIESC inicia a fase do Masterplan, previsto no Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022). Por meio do PDIC, 1,7 mil lideranças industriais, especialistas, governo e terceiro setor identificaram os 16 setores industriais com maior potencial de longo prazo e elaboraram rotas estratégicas para o desenvolvimento setorial.

No encontro desta quinta-feira, o diretor de desenvolvimento institucional e industrial da FIESC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, fez um panorama da economia da região e destacou que a Serra exporta para 90 países – entre eles estão Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Reino Unido e México. De 2006 a 2014, a evolução do número de novos estabelecimentos na região ficou abaixo da média catarinense. Contudo, o emprego cresceu acima da média do Estado. “As empresas já instaladas na região contribuíram muito para a evolução do emprego. Mas temos o desafio de transformar e criar um ambiente propício ao empreendedorismo e o desenvolvimento de novas empresas industriais, além de alavancar aquelas que já estão instaladas, visando à agregação de valor”, afirmou.

Também durante o evento foi realizado painel sobre os temas indústria 4.0 e saúde e segurança nos ambientes de trabalho. O diretor técnico do SESI/SC, Marco Goetten, disse que a saúde é um ativo estratégico para o desenvolvimento do setor. “Estamos com uma agenda de sensibilização para o tema, que é a base e o catalizador de todos os outros fatores estruturantes presentes na agenda”, afirmou. Goetten também apresentou a Aliança Saúde e Competitividade, iniciativa da FIESC que visa ao engajamento e a participação de lideranças empresariais, acadêmicas, políticas e da sociedade na promoção da saúde e ambientes seguros para o trabalho. Além disso, propõe reposicionar o assunto como um dos fatores estratégicos para a competitividade da indústria. Lages receberá seminário sobre a Aliança no dia 14 de outubro.

O diretor do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, André Marcon Zanatta, disse que a Rede SENAI/SC de Inovação e Tecnologia, formada por 10 institutos, está à disposição da indústria para buscar agregação de valor e desenvolver novos produtos. Para mostrar, na prática, como a instituição pode trabalhar em conjunto com o setor, Zanatta citou a parceria com uma startup de Brasília que junto com o SENAI está desenvolvendo próteses personalizadas de placas de titânio para corrigir alterações na face, maxilar, mandíbula e área interna da boca. O produto ainda não é fabricado no Brasil, mas, futuramente, pode chegar ao mercado. Os protótipos estão sendo feitos na impressora 3D do Instituto SENAI de Inovação em Laser, localizado em Joinville. Aos empresários presentes, André disse que a impressão 3D é uma das bases da indústria 4.0 e é fundamental para a criação de novos materiais, peças industriais e até mesmo novas empresas.

Conheça as ações previstas na Agenda da Serra catarinense:

Capital humano
- Estimular o treinamento, capacitação e formação continuada dos trabalhadores;
-Realizar ações articuladas entre poder público e iniciativa privada para a elevação da escolaridade básica de jovens e adultos que não concluíram seus estudos na idade regular;
-Ampliar o alinhamento entre a oferta de formação das instituições especializadas em educação profissional e a demanda por desenvolvimento de competências para o mundo do trabalho;
-Estruturar redes colaborativas entre as equipes de gestão de pessoas de diferentes empresas, voltadas para o estudo de possibilidades de ações articuladas para a formação profissional e pessoal continuada;
-Criar estratégias para atração e retenção de profissionais com alta qualificação;
-Criar mecanismos para facilitar a inserção dos jovens no mundo do trabalho, por meio da organização de programas de estágio e de ações que valorizem as profissões relacionadas aos diversos setores econômicos da região;
-Investir em ações voltadas à melhoria da atuação dos gestores escolares e na formação continuada dos professores.

Infraestrutura
-Realizar adequação da capacidade, melhoria da segurança e eliminação de pontos críticos da BR-282, no trecho São Miguel do Oeste-Lages;
-Implantar terceiras faixas, ampliação de acostamento e melhorias nas interseções e sinalização da BR-282 no trecho Lages-Florianópolis;
-Complementar as obras de infraestrutura e de acesso e iniciar a operação e consolidação do Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto;
Realizar estudo e dar início às obras de melhorias, manutenção e recuperação da sinalização das rodovias estaduais;
-Dar continuidade ao projeto de construção do corredor ferroviário Leste – Oeste;
-Efetuar obras para garantir maior segurança e eficiência da BR-116 (SC);
-Disponibilizar rede de distribuição de gás natural para a Serra Catarinense.

Inovação e empreendedorismo
-Promover a integração entre indústria, governo e academia para o desenvolvimento de estratégias inovativas, ações empreendedoras e expansão do mercado;
-Alinhar PD&I com as vocações da produção regional e incentivar a cultura da inovação;
-Alinhar as atividades de PD&I às demandas da região por meio de alinhamento de editais;
-Criar sistema de disseminação dos avanços tecnológicos e das inovações para o desenvolvimento de novos produtos;
-Ampliar mecanismos de fomento e de incubação de startups e incentivar a criação de redes colaborativas, produção simbiótica e formação de ecossistemas de inovação;
-Criar selos ambientais regionais e premiar indústrias engajadas em novas tecnologias ambientais;
-Facilitar a integração de micro e pequenas indústrias às instituições de pesquisa.

Internacionalização
-Incrementar promoções de ações de marketing internacional e de capacitação (seminários, encontros de negócios internacionais, missões comerciais e prospectivas, entre outros) para indústrias da região;
-Identificar novos mercados internacionais e potencializar os atuais para as empresas da região;
-Oferecer soluções para que as indústrias exportadoras possam adequar seus produtos para exportação, conforme as características dos mercados internacionais potenciais;
-Ofertar soluções direcionadas às operações comerciais, a exemplo da emissão de certificados de origem para exportação (Sistema de Certificação de origem Digital (COD Brasil), e emissão de ATA Carnet para admissão e exportação temporárias de mercadorias;
-Apoiar as indústrias da região no processo de exportação;
-Colaborar para minimizar ou romper os obstáculos externos às exportações: custos portuários e aeroportuários e dificuldade no ressarcimento de créditos tributários, além da burocracia alfandegária, aduaneira e tributária no Brasil.

Investimento e política pública
-Fomentar a captação de recursos para o desenvolvimento e modernização da cadeia produtiva da indústria regional;
-Simplificar e adequar as legislações tributária e trabalhista;
-Promover a desburocratização, o alinhamento com o sistema regulatório e de fiscalização e um maior envolvimento da indústria na discussão de novos marcos regulatórios ou nas revisões dos atuais;
-Ampliar as linhas de financiamento e os incentivos de maneira desburocratizada, principalmente para PD&I em pequenas e médias empresas;
-Reduzir a carga tributária e criar novos incentivos fiscais mantendo os já existentes;
-Buscar rede de investidores e atrair indústrias inovadoras para a região;
-Buscar maior representatividade do setor por meio da organização e mobilização institucional, de modo a exercer influência sobre investimentos dos governos estadual e federal;
-Identificar, aumentar e facilitar as PPPs (Parcerias Público-Privadas)

Mercado
-Mapear necessidades, fornecedores potenciais e oportunidades de integração existentes na indústria regional e aplicáveis aos diversos setores produtivos;
-Elaborar um plano de marketing adaptado às caraterísticas dos produtos produzidos na região, com foco em difundir a marca de Santa Catarina;
-Desenvolver e adequar atuais e novos produtos atendendo a demanda dos mercados interno e externo;
-Criar programas de valorização de iniciativas socioambientais adotadas pela indústria, divulgando as boas práticas ambientais;
-Fortalecer a posição institucional de setores junto às instituições governamentais, promovendo debates entre os agentes envolvidos e formatando políticas mais focadas ao desenvolvimento local;
-Organizar seminários e fóruns que congreguem os representantes da cadeia produtiva dos setores regionais;
-Priorizar a integração com microprodutores rurais na produção florestal.

Saúde e segurança
-Consolidar informações sobre saúde e segurança da região para apoiar decisões estratégicas;
-Capacitar lideranças no tema saúde e segurança para a competitividade;
-Realizar pesquisas e propostas inovadoras para as empresas da região em saúde e segurança do trabalho;
-Promover seminários, congressos ou encontros internacionais e nacionais para o alinhamento estratégico de ações, a partir das tendências mundiais em saúde e segurança;
-Aproximar os interesses da indústria, dos sindicatos e órgãos fiscalizadores em saúde e segurança;
-Aproximar os setores da região com o poder legislativo para a valorização das empresas promotoras de saúde e segurança;
-Adequar as normas de saúde e segurança à nova realidade da produção;
-Fomentar programas para melhoria da qualidade de vida do trabalhador;
-Promover ações para aumento da produtividade do trabalhador por meio da melhoria do seu perfil de saúde.


 


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