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Em dia de homenagens, Côrte pede respeito à Constituição e à livre iniciativa

Presidente da FIESC também defendeu ampliação das concessões à iniciativa privada, e disse que o ajuste fiscal não pode recair somente sobre o setor produtivo

Florianópolis, 22.05.2015 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, disse que o empresário brasileiro precisa da certeza do respeito ao primeiro artigo da Constituição, que expressamente dispõe que o País constitui-se um Estado democrático de direito e tem entre os fundamentos a livre iniciativa. “Que também se respeite o parágrafo único do artigo 170, que assegura a todos os brasileiros o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização dos órgãos públicos”, afirmou ele, sob aplausos de uma plateia de 400 pessoas. Côrte discursou na entrega da Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina e da Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira (22), que marcou o encerramento da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense. O evento celebra os 65 anos de fundação da FIESC.

Côrte lembrou que quando a FIESC foi criada há 65 anos, infraestrutura e energia eram questões que já estavam no centro da agenda. Muita coisa mudou nesse tempo, mas, apesar dos avanços, as novas condições não acompanham as necessidades das empresas, indústria e sociedade. “Estamos sempre atrasados em relação aos que disputam o mercado conosco. Não temos as ferrovias que são indispensáveis a um mix de transporte eficiente de insumos e mercadorias”, afirmou. Ele disse ainda que é necessário encontrar a fórmula certa, que permita conciliar agilidade nas obras que são urgentes, com tarifas de pedágio compatíveis com a competitividade, além de atratividade no modelo de concessões, para que a participação da iniciativa privada seja viabilizada. 

Em seu discurso, o presidente da FIESC disse que outra frente crítica à competividade é a redução da carga tributária, mas isso não ocorrerá sem  corte no custeio da máquina pública. “No momento em que o governo federal promove ajuste para equilibrar as contas públicas, é preciso reduzir os custos da administração pública, e não apenas cortar os investimentos que já são insuficientes na nossa infraestrutura”, defendeu. “O ajuste não pode recair, mais uma vez, apenas sobre o setor produtivo. Esperamos dos homens públicos que conduzem o País serenidade para aprovar as medidas necessárias para assegurar que as contas públicas não façam o País perder a condição de “grau de investimento”, completou. 

O presidente da Aurora Alimentos, Mario Lanznaster, disse que o Brasil precisa urgente de infraestrutura e clamou pela construção de uma ferrovia para transportar os insumos que abastecem a agroindústria, no Oeste de Santa Catarina. “Que saia de uma vez por todas para trazer milho. Não há criação sem isso. Em Santa Catarina chega o insumo a R$ 24”, disse ele, salientando que no Mato Grosso do Sul custa R$ 12. Por isso, peço, vamos continuar lutando para que a região tenha essa infraestrutura”, disse.

Na solenidade foram agraciados com a Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina os empresários Alcantaro Corrêa (in memoriam), Edio José Del Castanhel (Engenharia Castanhel, de Criciúma), Genésio Ayres Marchetti (Grupo Manoel Marchetti, de Ibirama), José Fernando Xavier Faraco (Dígitro Tecnologia, de Florianópolis) e Osvaldo Moreira Douat (Douat Têxtil, de Joinville). A comenda de Alcantaro Corrêa foi entregue ao filho dele, Alcantaro Jovanco Corrêa.

Lanznaster recebeu a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Representando o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o vice-presidente da entidade, Paulo Tigre, ressaltou a importância do reconhecimento prestado. “Todos são, sem dúvida, merecedores”, ressaltou. 

Presente à cerimônia, o governador Raimundo Colombo disse que é preciso mudar o modelo de Estado. “O custo do Estado brasileiro é caro. Não há mais condições de governabilidade”, afirmou, chamando a atenção para os crescentes custos da previdência. “A vida pública é uma vida árida, a burocracia tomou conta. Trocamos pessoas, partidos e ideologias e não funciona. Precisamos de um Estado que custe menos, seja mais moderno e, sobretudo, mais justo”, concluiu.    

O ex-presidente da FIESC, Osvaldo Moreira Douat, falou sobre o cenário difícil pelo qual passam a economia e a política brasileiras, mas chamou os mais jovens a buscar engajamento. “Faço um apelo a todos os empresários, principalmente os mais jovens: participem das associações empresariais, da Federação das Indústrias, e no Brasil, ajudem o País a encontrar a solução”, afirmou.

Mais homenagens

Ainda na cerimônia desta sexta-feira, foram homenageados os ex-presidentes da FIESC. Além dos três que receberam a Ordem do Mérito, foram reconhecidos os trabalhos de Celso Ramos, Guilherme Renaux, Carlos Cid Renaux, Bernardo Wolfgang Werner e Milton Fett. 

Também foi realizada uma homenagem especial aos sindicatos fundadores da FIESC e entregue o Mérito Sindical às entidades que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiadas à FIESC por um longo período. Na categoria Bronze, 25 anos de filiação, foram agraciados o Sindicato das Indústrias de Madeira do Médio e Alto Vale do Itajaí e o Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar, de Compressores Herméticos para Refrigeração e de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares de Joinville. Na categoria Prata, 30 anos de associação, foi condecorado o Sindicato das Indústrias de Calçados de Criciúma. Na categoria Ouro, 40 anos de filiação, foi reconhecido o Sindicato das Indústrias do Vestuário, Fiação e Tecelagem de Jaraguá do Sul.

FIESC Imprensa
Dâmi Cristina Radin
48 3231-4670 - 8421-4080
damicr@fiesc.com.br

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