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Em ano de conjuntura adversa, indústria busca alternativas para superar desafios

Setor encerra 2015 com queda na produção, vendas, exportação e emprego, mostra a FIESC

Florianópolis, 8.12.2015 – Num ano de queda na produção, nas vendas, nas exportações e no emprego, a indústria catarinense buscou alternativas para enfrentar o cenário adverso. A avaliação foi feita nesta terça-feira (8) pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, durante conversa com jornalistas em que apresentou um balanço de 2015 e destacou as perspectivas para 2016. “As indústrias estão realizando ajustes no presente para criar pilares sustentáveis para o futuro”, explicou. Apesar dos desafios, Côrte disse que o País tem condições de sair da crise maior do que entrou e defendeu que a indústria deve estar no centro da estratégia nacional para a retomada da economia.

Clique aqui e veja a apresentação do balanço 2015.
Clique aqui para ouvir o áudio da coletiva.

“As perspectivas para 2016 são negativas. Devemos ter um ano outra vez de queda no PIB e a evolução da economia está muito condicionada à evolução da política. O governo teria que de fato recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento”, afirmou ele, destacando que o País que dá o melhor exemplo disso são os Estados Unidos que voltaram a estimular o setor. Várias indústrias que haviam saído do País retornaram. Boa parte delas voltou também pelas fontes novas de energia que reduziram bastante o custo do insumo norte-americano, ao contrário do que acontece no Brasil.


“Mas o fato é que hoje talvez o mecanismo mais importante que a indústria catarinense tem para recuperar é a inovação. Aproveitar esse período para evoluir em termos produtos, processos e a questão da qualificação dos trabalhadores. O Brasil precisa aproveitar a disponibilidade dos quase 1,5 milhão de trabalhadores que perderam seus empregos nos últimos doze meses e fazer um forte programa de qualificação para que os profissionais possam retornar ao setor produtivo com melhores condições de fazerem parte do movimento de aumento de produtividade, que resultaria em melhor competitividade da indústria perante os demais países”, completou o presidente da FIESC.

Ele destacou ações necessárias tanto por parte da indústria quanto do governo. No caso da indústria, é preciso buscar novos mercados, fortalecer as parcerias, aumentar a produtividade, inovar em produtos e processos, qualificar os trabalhadores, além de reduzir custos. A agenda governamental deve focar condições para o aumento da produtividade, incentivos para atração de investimentos estratégicos, além de estratégias robustas de acesso a mercados. Também há expectativa de que o ônus da crise não seja deixado para a indústria.

A produção industrial catarinense acumula queda de 8% de janeiro a outubro em relação ao mesmo período no ano passado. O índice negativo do Estado está em linha com o registrado na média brasileira (7,8%), mas é menor que as quedas registradas no Paraná (8,5%), no Rio Grande do Sul (11,8) e em São Paulo (10,5%).  Os setores com maiores retrações no período foram: metalurgia (24,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22,8%), máquinas e equipamentos (13,2%), têxtil (11,6%), veículos automotores e autopeças (9,5%), plástico (7,6%), produtos de metal (4,7%), madeira (3,2%), celulose e papel (1,1%) e alimentar (0,2%). Minerais não-metálicos, onde se destaca a cerâmica, foi o único segmento que não registrou queda na produção na indústria catarinense de transformação em 2015, mantendo-se praticamente estável, com variação positiva de 0,1%.

As vendas da indústria do Estado acumulam retração de 11,4% de janeiro a outubro contra o mesmo período em 2014. Os setores com as maiores quedas no período foram vestuário (26,2%), alimentos (21,8%), veículos automotores e autopeças (15,5%), móveis (9,6%), celulose e papel (9,5%), máquinas, equipamentos e materiais elétricos (8,5%), produtos de metal (8,3%), metalurgia (8,3%), têxtil (7,7%), máquinas e equipamentos (7,6%), plástico (4,3%) e minerais não-metálicos (4%). Os setores que apresentaram crescimento foram madeira (8,1%) e informática, eletrônico e óticos (13,4%).

As exportações do Estado no acumulado do ano até outubro totalizaram US$ 6,48 bilhões, valor 15,8% inferior ao registrado no mesmo período no ano passado. As principais quedas foram registradas nos embarques de carne de frango (18,7%), soja (36,5%), motores e geradores elétricos (25,5%) e carne suína (27,2%). Entre os destinos com redução nas vendas estão Estados Unidos (8,5%), China (28,1%), Japão (32,9%) e Holanda (19,8%).

As importações catarinenses de janeiro a outubro somaram US$ 10,94 bilhões, valor 18,8% menor que o registrado no mesmo período em 2014. Os produtos que registram as maiores reduções foram catodos de cobre (45%), polietileno (22,1%), laminados do ferro e aço (29%), fios de fibras de poliésteres (21,1%) e automóveis (46,2%).

Em sua apresentação, Côrte também chamou a atenção para o comportamento do mercado de trabalho. Até março, a indústria catarinense vinha liderando a geração de empregos em números absolutos no Brasil. A partir de abril, para se adequar ao novo cenário, os desligamentos se sobressaíram à criação de novas vagas no setor. No acumulado do ano até outubro foram fechadas 12.010 vagas só no setor de transformação. Entre os setores que puxaram o resultado para baixo estão: bens de capital (2.869 vagas), energia (4.311 vagas), metalmecânico e metalurgia (2.348) vagas, produtos químicos e plásticos (1.776 vagas), tecnologia da informação e comunicação (664 vagas). Apesar do cenário, no período, cinco setores contrataram: agroalimentar (3.242 vagas), móveis e madeira (611 vagas), cerâmica (220 vagas), celulose e papel (82 vagas) e saúde (7 vagas).



 


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