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Conselho Estratégico da FIESC debate cenários político e econômico

Assuntos foram abordados pelo economista Roberto Padovani e pelo cientista político Carlos Melo. No encontro, o presidente da FIESC destacou as ações da entidade nas áreas de educação e saúde e segurança

Florianópolis, 3.4.2017 – O quadro político brasileiro, o cenário externo e os desafios para a retomada da economia foram debatidos pelo Conselho Estratégico da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), com a participação do economista Roberto Padovani e do cientista político Carlos Melo, nesta segunda-feira (3), em Florianópolis. Padovani chamou a atenção para a reforma da previdência que, segundo ele, torna o cenário binário. “O fracasso no avanço ou a entrega de uma reforma frágil vai ser determinante para nossas atividades nos negócios nos próximos dois anos. Isso gera tanto impactos econômicos de curto prazo quanto uma dinâmica que se reforça ao longo dos próximos meses”, alertou.  

Conforme Padovani, olhando o cenário externo há razão para acreditar que o dólar vai subir. “Os mercados financeiros, que no geral antecipam os movimentos da economia, estão eufóricos. Passamos um período em que havia muito pessimismo e, agora, esses movimentos são pendulares e voltamos a um cenário de extremo otimismo. Há alguns sinais extremos, e um deles é o câmbio, que, na minha opinião, está muito valorizado. Se a gente olhar fundamento econômico, há espaço para uma depreciação”, disse.

Roberto lembrou que desde 2011 a economia vem perdendo fôlego. “Tivemos a maior recessão da história por tempo e profundidade e a retomada será medíocre e lenta. É preciso acompanhar a reforma da previdência que vai ser fundamental para saber o que vai acontecer no ano que vem, mas olhando o cenário político, não sejam otimistas com uma retomada. Não contem com um aquecimento rápido do mercado de trabalho. O desemprego está subindo. Teremos meses muito duros pela frente ainda”, declarou.

O economista disse ainda que reformas duras só acontecem quando não há alternativa. “Em momento de crise aguda há demanda da sociedade por ação. O que as pessoas querem é algo novo, diferente. Há uma intolerância hoje com privilégios. O setor público é um sujeito privilegiado e a pressão sobre o Congresso aumenta”, finalizou.

O cientista político Carlos Melo, por sua vez, disse que o “sistema político brasileiro ruiu. Temos uma crise de qualidade do sistema político”, disse, ressaltando que a crise de credibilidade é enorme, o que leva a uma crise de representação. Segundo ele, há no País uma crise estrutural que alimenta outras crises. A economia é saída para a política e a política é agravante para a economia. Ele destacou a importância de uma boa comunicação para a aprovação das reformas. “Não se está comunicando a natureza da reforma da previdência. As reformas são necessárias, mas são uma agenda impopular”, afirmou, ressaltando que a reforma da previdência deve ser aprovada aquém das expectativas.  

Ainda durante a reunião, o superintendente do SESI/SC, Fabrizio Machado Pereira, fez um balanço das ações realizadas no âmbito da Aliança Saúde Competitividade, que completa um ano de lançamento em maio. Ele salientou que nesse período foi realizado um conjunto de workshops nas 16 vice-presidências da FIESC.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que este tem sido o foco do SESI e será nos próximos anos: a questão da saúde e segurança do trabalhador. “O trabalho dentro dessa ótica é um motivo de cura e não de doença. Por isso, temos visitado muitas entidades também de âmbito internacional que mostram que a cada euro aplicado na prevenção o retorno é de 3 euros. Quanto menos tempo o trabalhador fica afastado do local de trabalho, mais rápida é sua recuperação”, afirmou, lembrando que há dois meses um grupo catarinense esteve na Europa e percebeu o esforço no sentido de abreviar o tempo de afastamento do trabalhador. “Mesmo que ele não tenha condições de exercer aquela ocupação que exercia antes, é recomendável que venha ao local de trabalho e permaneça em contato porque isso o motiva e apressa sua recuperação”, completou. 

Durante o encontro também foi apresentando o Espaço de Educação Maker em Santa Catarina. Instalado em uma área de 1,2 mil m² no Complexo Esportivo Bernardo Werner, em Blumenau, o ambiente integra atividades em cinco cursos que promovem exploração, pesquisa, construção, experimentação e aprendizado colaborativo e coletivo. Crianças e jovens, de sete a 18 anos, têm a oportunidade de elaborar projetos com soluções criativas e inovadoras para problemas atuais e futuros. “A educação maker estimula, sobretudo, a criatividade da criança, o trabalho em equipe, a disciplina e a iniciativa. É a primeira experiência no âmbito no SESI Nacional que se faz no sentido de implantar uma nova pedagogia para preparar as nossas crianças para o novo mundo do trabalho”, declarou Côrte. 

O diretor regional do SENAI/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, destacou a entrega do Laboratório Aberto do SENAI, em Tubarão. Trata-se de um espaço didático, mas com possibilidade de utilização pelas indústrias da região, onde será possível o desenvolvimento da criatividade e inovação. “Nos últimos anos, o SENAI aumentou fortemente sua estrutura de educação país afora. Só em Santa Catarina passou de 35 para 63 unidades e também se tornou a maior estrutura de testes metrológicos do Brasil. Também montou a maior rede de pesquisa tecnológica do País”, afirmou, salientando que em nível nacional os institutos SENAI de inovação tocam R$ 450 milhões em projetos.  

Indústria News

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