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Com orçamento de R$ 1 bi, Exército oferece oportunidades para a indústria de SC

Alimentos, uniformes, equipamentos e mobiliários para cozinha industrial e novas tecnologias estão entre os produtos comprados pela instituição. Demandas foram apresentadas pela diretoria de abastecimento da entidade em reunião na FIESC

Florianópolis, 16.8.2017 – A indústria catarinense tem a oportunidade de fornecer uma série de produtos ao Exército. As principais demandas da instituição militar foram apresentadas na reunião do Comitê da Indústria de Defesa (COMDEFESA), da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quarta-feira (16), em Florianópolis. O orçamento é de pouco mais de R$ 1 bilhão, informou o diretor de abastecimento do Exército, o general de brigada Antonio Manoel de Barros, que explicou as especificidades técnicas exigidas para os produtos militares. Hoje, o efetivo do Exército é de 220 mil integrantes. A instituição compra de alimentos à tecnologia.

Segundo o general, o Exército compra itens como alimentação (carne, arroz, feijão, leite, café macarrão, margarina), fardamento (uniforme, meias, camisetas, casacos, calçados), mobiliário e equipamentos para cozinha industrial (liquidificador, câmara frigorífica, balança, forno elétrico), alimentos, vacinas e outros produtos de veterinária, combustível e munição (veja mais abaixo). Conforme Manoel de Barros, devem ser gastos cerca de R$ 700 milhões só em alimentos ou itens ligados à estrutura alimentar. Parte desses recursos são descentralizados para as regiões militares e quartéis. Só para uniforme, a estimativa é de compras de aproximadamente R$ 140 milhões. No caso de alimentos e uniformes, não há risco de contingenciamento de orçamento. São consideradas despesas obrigatórias.

Durante a reunião, o diretor de abastecimento também apresentou os principais projetos estruturantes do Exército, que demandam novas tecnologias, especialmente a nanotecnologia, que inicialmente deve ser aplicada aos uniformes, mais tarde aos equipamentos, até chegar à alimentação. “A nanotecnologia é o futuro. Há interesse nosso nessa área”, resumiu o general.  

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, salientou que Santa Catarina produz desde alimentos até as mais modernas tecnologias. “Vemos essa diversidade industrial como uma grande oportunidade. Todas as nossas Câmaras e Comitês trabalham no sentido de desenvolver as potencialidades do setor industrial, como oportunidades de crescimento, negócios e o desenvolvimento de Santa Catarina, como é o caso do COMDEFESA”, disse.

Côrte lembrou que o Comitê é uma instância consultiva da Federação e tem esse papel de aproximar a indústria das demandas das Forças Armadas. “Temos procurado fazer esse esforço no sentido de sermos parceiros, sobretudo, nessa fase crítica que o País precisa de ideias novas e iniciativas. Sem desconhecer a gravidade da crise que vivemos, não deixamos que a crise contamine a nossa agenda. Posso assegurar que é uma agenda positiva de trabalho, de geração de emprego e crença no futuro do Brasil”, afirmou, lembrando dos esforços nas áreas de educação e saúde do trabalhador.

Na reunião, o coordenador do COMDEFESA, Cesar Olsen, destacou o trabalho realizado no âmbito dos institutos SENAI de inovação e tecnologia, que podem auxiliar o Exército a desenvolver novas tecnologias. “O Comitê faz a interface das demandas militares com a capacidade industrial de cada Estado”, disse, salientando que a Olsen, fabricante equipamentos odontológicos e médicos, com sede em Palhoça, já forneceu mais de 500 equipamentos ao Exército.  

Ainda na reunião, o general de Exército Adhemar da Costa Filho, integrante do COMDEFESA, lembrou que, apesar da situação em áreas como segurança, o Brasil tem ilhas de excelência e o Exército está “desencapsulando”, se abrindo mais. “Em dois anos foram 25 comitivas buscando a aproximação com a indústria e com os centros de pesquisa em Santa Catarina. O resultado da aproximação não virá na velocidade que gostaríamos, mas já temos identificados sucessos pontuais”, afirmou.  

Veja as principais aquisições:

Fardamento: meias, camisetas, calção, tênis, sandálias de borracha, suéter de lã, macacão de manutenção, ceroulas, calção de banho, coturno, sapato, calça, camisa, boina, gorro, uniforme camuflado, luvas de couro e de lã para diversas finalidades, japonas, botas de borracha, cintos, etc

Equipamento:  mochilas de vários tamanhos, cantil, marmitas térmicas e de alumínio, suspensórios, coldre, colete de proteção balística, óculos de proteção, cotoveleira, joelheira,  colete salva vidas, capacete balístico, capacete anti-tumulto, escudo de proteção, macas, redes de selva (rede para dormir na selva, possui cobertura para chuva), sacos de lona de vários tipos, poncho de campanha, pá biarticulada, etc.

Mobiliário: camas de aço, camas beliche, armários de aço.

Material de acampamento: barracas, toldos de variados tamanhos, camas de campanha, bancos de campanha, saco de dormir, cama, mesa e banho: toalhas, lençol, travesseiros, cobertores, fronhas, colchões, talheres de aço, etc.

Munição letal

Munição não letal: granadas de gás lacrimogêneo, granadas de luz e som, granadas fumígenas, granadas de efeito moral, granadas de gás pimenta, granadas de impacto, spray de gás lacrimogêneo, spray de gás pimenta, munição de impacto controlado (projetis de borracha), munição fumígena, etc.

Rações operacionais: de combate, de emergência e de adestramento (trata-se de comida termo processada, alimentos complementares secundários e acessórios de preparo), além de carne, arroz, feijão e outros itens de gêneros alimentícios.

 

 

 

 

 

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