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Brasil e Alemanha defendem indústria como elemento chave para superar a crise

Tema foi destaque na abertura de encontro econômico promovido pela FIESC e CNI. O país europeu, que atravessou a crise de 2008 mantendo boas taxas de emprego, é inspiração para os demais

 

Confira a cobertura completa do evento no Flickr da FIESC
  
Joinville, 21.9.2015 – A defesa do setor produtivo como essencial para a retomada do crescimento econômico permeou os discursos de abertura do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, nesta segunda-feira (21), em Joinville. Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã Bundesverband der Deutchen Industrie (BDI), o encontro é realizado anualmente desde 1982 de forma alternada, sendo um ano no Brasil e outro na Alemanha. 

Ao dar início ao evento, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou que a indústria está presente em todos os municípios e representa a maior massa salarial entre todos os setores da economia no Brasil, desconsiderando a administração pública. “Isso realça importância da indústria para a dinâmica econômica e para o crescimento do país. Santa Catarina é o segundo Estado com maior participação da indústria de transformação no PIB”, salientou Côrte. 

Na ocasião, o presidente da FIESC defendeu ainda a contribuição que SESI e SENAI dão ao crescimento do país. As entidades são alvo dos cortes previstos pelo ajuste fiscal anunciado pelo governo, que pretende se apropriar da contribuição das indústrias às entidades que compõem o Sistema S. “Por meio do SESI. milhares de trabalhadores são supridos de serviços de saúde e segurança no trabalho. Por isso temos que fazer um grande esforço, uma grande mobilização, no sentido de preservar SESI e SENAI pela contribuição que dão à formação profissional e ao desenvolvimento do país”, incentivou Côrte, que foi interrompido pelos aplausos da plateia. 

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que o momento é propício para intensificar as relações econômicas com a Alemanha. “Sem dúvida, esta relação está consolidada e diversificada, mas ainda há muito por fazer para impulsioná-la ao grau almejado por todos nós. O Brasil está enfrentando um momento de grande desafio para compatibilizar as políticas de ajuste fiscal com a retomada do crescimento econômico”, disse. Andrade lembrou ainda que o apoio da União Europeia é essencial para o Brasil neste momento de crise. “Nesse caminho, a aproximação com a União Europeia é fundamental, pois junto elas podem multiplicar a nossa capacidade de crescimento e as nossas potencialidades”, acrescentou. 

Para a CNI, Brasil e Alemanha devem se unir e iniciar, ainda este ano, as negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia aumentando a competitividade da indústria brasileira e fortalecendo as relações econômicas dos dois países. “O acordo é essencial num momento em que o setor produtivo brasileiro busca se adaptar às mudanças na produção industrial, cada vez mais voltadas para a inovação com o uso de novas tecnologias e acessando as cadeias globais de valor”, afirmou Andrade. 

O ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Armando Monteiro, defendeu o setor produtivo como estratégico para enfrentar as dificuldades econômicas do país. “Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”, afirmou. Monteiro defendeu ainda reformas estruturais e disse que o exemplo da Alemanha é inspirador. “As reformas trabalhistas e o modelo de ensino dual foram fatores decisivos para que o país atravessasse a crise em 2008 mantendo boas taxas de emprego”, lembrou o ministro. 

O presidente da BDI, Ulrich Grillo, não poupou elogios à arrojada indústria catarinense, que se destaca no Brasil por sua diversificação e relevante participação na geração de riquezas do Estado. Em relação às políticas de atração de investimentos, criticou a burocracia e os custos elevados e pediu mais transparência no trato com outros países. “Apelo a todos que não desistam das relações bilaterais, pois os benefícios chegarão a todos. O que nos preocupa é essa tendência de proteger os mercados. O protecionismo não é o meio de promover a competitividade”, frisou Grillo, que defendeu também a aceleração de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia. 

Em linha com a posição da FIESC e da CNI, que defendem a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento do País, o vice-ministro de Economia e Energia da Alemanha, Matthias Machnig, destacou que o setor tem papel decisivo para a força da economia alemã. Lembrou que países como os Estados Unidos passaram a falar em reindustrialização ao perceber que o setor não pode ser relegado a segundo plano e afirmou que a Alemanha pode ajudar o Brasil nesse sentido.
 
O governador Raimundo Colombo lembrou a forte presença alemã na colonização de Santa Catarina e a vocação empreendedora tanto dos alemães quanto dos catarinenses, citando grandes empresas de imigrantes alemães que nasceram em SC e se transformaram em gigantes brasileiras bem-sucedidas. "Esse é o espírito que vemos aqui nesse encontro, de colaboração e de parcerias. Temos muita tradição, quando juntamos catarinenses e alemães o sucesso é seguro. E tenho certeza de que Alemanha e Brasil podem fazer ainda mais e melhor quando estão juntos", discursou.

O prefeito de Joinville, Udo Dohler, é a favor do estreitamento da relação com a Alemanha como estratégia para a superação deste momento de dificuldade pelo qual o Brasil passa. “Estamos reunidos com empreendedores alemães e isso nos anima e nos estimula porque é assim que enxergamos o nosso País que, ao passar por esse momento de crise, voltará a crescer de forma generosa. A sustentabilidade deve ser a nossa preocupação, as cidades precisam ser inteligentes e humanas”, afirmou Dohler.

Ao promover debates sobre questões de interesse recíproco, o EEBA é considerado o evento mais importante da agenda bilateral. O encontro reúne autoridades governamentais e lideranças empresariais de ambos os países. Santa Catarina sediou os encontros em 1994 (Florianópolis) e em 2007 (Blumenau). Pela primeira vez em encontros Brasil – Alemanha serão realizadas rodadas de negócios, que já contam com 147 inscritos. O forte interesse levou a organização a dobrar o número de mesas dedicadas as empresas-âncoras da Alemanha.

Visitas técnicas: Na terça-feira (22), a partir das 14 horas, os industriais alemães participarão de visitas técnicas no Porto de Itapoá; no SENAI Joinville, para conhecer o Instituto SENAI de Inovação em Laser e de Inovação em Sistemas de Manufatura; na BMW, em Araquari; na Siemens Healthcare e no Perini Business Park.

Comércio: Em 2014, as exportações catarinenses à Alemanha totalizaram US$ 282 milhões. Os principais produtos embarcados foram carne de frango e motor elétrico. No período, as importações do Estado vindas do país europeu somaram US$ 1,02 bilhão. Os principais itens comprados foram automóveis, aparelhos de ressonância magnética e fármacos.
 

Elida Hack Ruivo
Assessoria de Imprensa
elida.ruivo@fiesc.com.br
Federação das Indústrias de Santa Catarina

 

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