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Barco dos Schürmann usa tecnologia do SENAI para navegação segura

Quilha construída em Itajaí enfrentou primeiros desafios em março, quando a Expedição Oriente passou pela Antártica

Florianópolis, 01.06.2015 – Quando começou a planejar a Expedição Oriente, a família Schürmann precisava construir uma embarcação que fosse capaz de percorrer mais de 30 mil milhas náuticas passando por cinco continentes. O desafio maior era preparar o veleiro de grandes dimensões para navegar em águas de diferentes profundidades e atracar em portos pequenos. Kat – o barco batizado com o nome da integrante da família morta no ano de 2006 em decorrência da Aids – tem 25 metros de comprimento, pesa 67 toneladas e possui dois mastros para velas, o maior com 29 metros de altura. Com todo esse tamanho, não seria fácil atravessar águas rasas de canais chineses.

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Era necessário que a quilha – peça instalada na parte inferior do barco que corta a superfície da água – fosse retrátil, aumentando ou diminuindo conforme as condições de navegação. Vilfredo Schürmann conta que percorreu estaleiros da costa do Atlântico, desde o Rio de Janeiro até Buenos Aires na busca por uma empresa que fabricasse a peça. Quando chegou a Itajaí, no litoral norte de Santa Catarina, encontrou na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) a experiência e a disposição que precisava.


“Aceitamos o desafio de construir a primeira quilha retrátil de grande porte, com mais de 2,5 toneladas, do Brasil”, diz o diretor do SENAI Itajaí, Geferson Santos. Durante oito meses – relata – um grupo de seis docentes e um estagiário, sob sua coordenação, trabalharam na usinagem e montagem da peça. O projeto elaborado pelo engenheiro naval Horácio Carabelli previa sobreposições de peças, junção de ligas metálicas, além da utilização de diferentes tipos de aços. “Investimos horas de trabalho da equipe; a tecnologia e a expertise foram caseiras”, revela Santos.

Segurança e estabilidade – A expedição, que nos sete primeiros meses já passou pelo Sul do Brasil, a partir de Itajaí, Uruguai, Argentina, Antártida e Chile, não teve problemas com a embarcação. Durante uma parada em Porto Montt, no sul do Chile, Vilfredo Schürmann conversou com alguns estudantes do SENAI, por meio de teleconferência. Uma das preocupações era com um eventual desgaste da quilha pela repetição de movimentos de descida e subida do barco. De acordo com ele, o mecanismo de retração foi acionado várias vezes, sem nenhum tipo de problema. Outro teste importante para a estrutura foi uma tempestade no Cabo Horn, em Ushuaia, no extremo sul da Argentina, quando o barco inclinou (ou adernou, em linguagem náutica) apenas 20 graus, apesar dos ventos fortes.

Expertise – Geferson Santos conta que, depois do projeto Expedição Oriente, o SENAI de Itajaí passou a conversar com indústrias com as quais ainda tinha pouco contato. “Ganhamos em reconhecimento e em acesso a uma série de empresas. Além disso, participar de um projeto com esse estimula a equipe”, revela.

Com um curso técnico de construção naval funcionando desde 2007, a aproximação com novas empresas impacta diretamente na melhoria da formação de novos profissionais. Meses depois da quilha retrátil construída, o SENAI de Itajaí já está reformando um veleiro histórico todo construído em madeira. “Os alunos do curso técnico fazem as atividades práticas na embarcação”, afirma Santos. Uma empresa holandesa já doou todo o sistema elétrico do barco; e uma italiana, os estofados.

Indústria News

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